
OPGB | Temporada Nova Música | Estreia “FIOS”
11 Maio @ 16:00 – 17:00
NOVA MÚSICA
A Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins apresenta, em 2025, um novo projeto, que consiste na criação de 𝐜𝐢𝐧𝐜𝐨 𝐨𝐛𝐫𝐚𝐬 𝐨𝐫𝐢𝐠𝐢𝐧𝐚𝐢𝐬 para orquestra de plectro, por cinco compositores portugueses:
Â𝐧𝐠𝐞𝐥𝐚 𝐝𝐚 𝐏𝐨𝐧𝐭𝐞
𝐅á𝐭𝐢𝐦𝐚 𝐅𝐨𝐧𝐭𝐞
𝐏𝐞𝐝𝐫𝐨 𝐇𝐞𝐧𝐫𝐢𝐪𝐮𝐞𝐬 𝐝𝐚 𝐒𝐢𝐥𝐯𝐚
𝐇𝐮𝐠𝐨 𝐕𝐚𝐬𝐜𝐨 𝐑𝐞𝐢𝐬
𝐉𝐨𝐬é 𝐂𝐚𝐫𝐥𝐨𝐬 𝐒𝐨𝐮𝐬𝐚
“𝐅𝐈𝐎𝐒”, do compositor 𝐇𝐮𝐠𝐨 𝐕𝐚𝐬𝐜𝐨 𝐑𝐞𝐢𝐬, tem estreia marcada para o próximo dia 𝟏𝟏 𝐝𝐞 𝐌𝐚𝐢𝐨, pelas 𝟏𝟔:𝟎𝟎, no 𝐐𝐮𝐚𝐫𝐭𝐞𝐥 𝐝𝐚𝐬 𝐀𝐫𝐭𝐞𝐬, em Oliveira do Bairro, sob a direcção do Maestro 𝐀𝐮𝐠𝐮𝐬𝐭𝐨 𝐏𝐚𝐜𝐡𝐞𝐜𝐨.
Os bilhetes podem ser adquiridos através deste link: https://ticketline.sapo.pt/…/sessao/113900_2639_1746975600
“𝐅𝐈𝐎𝐒 refere-se aos fios utilizados no artesanato de teares. Fios que outrora produziram sons, ruídos e artefactos, agora, devido a mecanização, são fragmentos de silêncio e memória em extinção.
De forma a preservar e documentar estas sonoridades, fiz uma gravação de campo em Oleiros, num antigo espaço dedicado ao artesanato de teares. Ali, uma senhora, antiga trabalhador de teares e já reformada, soube que eu gostaria de gravar esses sons para a minha pesquisa e prática artística, e teve a gentileza de realizar o seu antigo trabalho durante cerca de uma hora. Enquanto gravava, contemplava e envolvia-me com os sons, e ao mesmo tempo, tentava entender a relação humana com os agentes sónicos desse trabalho.
O processo de criação desta obra envolve múltiplos parâmetros, como vozes independentes, estratificação, repetição não linear, variações de sincronização e não sincronização, apenas para referir alguns, os quais dão forma à obra. Num olhar em grande escala, apresentam-se dois blocos de sons paradoxais e pequenos fragmentos que geram uma aparente homogeneidade, que, no entanto, não se verifica numa análise mais atenta, encontrando-se padrões caóticos, criados por variações mínimas e aleatórias.
De alguma forma considero que no final da peça, esta poderia voltar ao princípio e entrar num ciclo infinito, tal como o fabrico destes artefactos. Penso nisto como uma metáfora baseada na forma como experienciei estes trabalhos, os quais em última análise, são relações paradoxas de acontecimentos simultâneos.
Assim, esta obra é o resultado da mediação das gravações de campo dos artefactos de teares para instrumentos acústicos, que, através da metáfora e correlação, tenta apresentar e preservar a memória sonora para além da sua extinção.”
– Hugo Vasco Reis
Contamos com a Vossa presença.
Até já,
OPGB