Noa Noa
Igreja Matriz de Rio Tinto | 20 de novembro, 18h
Interpretação | Noa Noa
Filipe Faria | voz, percussões e chalemau
Tiago Matias | tiorba, guitarra barroca, guitarra romântica e alaúde
Programa
Toccata Arpeggiata | Girolamo Kapsberger (1580 – 1651)
Tanchão | trad. portuguesa
Sarambeque | 4º Tom de Abreu (M.M.97, séc. XVII – XVIII)
Adagio e Idylie | Johann Kaspar Mertz (1806 – 1856)
Menina você que tem | lundum
Mr Dowland’s Midnight | John Dowland (1563 – 1626)
Flow my tears | John Dowland (1563 – 1626)
La rosa enflorece | trad. sefardita
Folias | Gaspar Sanz (1640 – 1710)
Una pastora yo amí | trad. sefardita
Díme paxarín parleru | trad. asturiana
Yo m’enamori d’um aire | trad. sefardita
Ciaccona | Francesco Corbetta (c. 1615 – 1681)
Descanso de mi vida | trad. sefardita
Para que quero yo más vivir | trad. sefardita
Tarantella | trad. italiana, arr. Tiago Matias (1978-)
Biografia
Fundado por Filipe Faria e Tiago Matias em 2012, o Ensemble de Música Antiga Noa Noa inspira-se no inovador livro-diário de Paul Gauguin, de 1901, no qual o artista descreve os tempos passados em retiro criativo na Polinésia francesa, em especial no Tahiti. Envolto em polémica, tanto Gauguin como o seu Noa Noa são ainda hoje sinónimos de liberdade criativa.
A tradição de resposta sem fronteiras ao apelo criativo é tão antiga como o Homem e volta a ter eco nas tendências recentes da moderna prática da Música Antiga com a constatação de que o músico no passado tinha uma formação multifacetada que contrasta com a super-especialização a que se chegou no século XX e XXI. A própria redescoberta dos instrumentos históricos e das suas técnicas de execução tem vindo a iluminar o passado, mas ao mesmo tempo tem servido de inspiração a compositores contemporâneos para novas obras, linguagens e estéticas.
Em 2014 Noa Noa lança o seu primeiro trabalho discográfico dedicado à memória colectiva definida pelas diversas culturas e línguas ibéricas, uma manta de sons “para além do Ebro” que resultou no português, castelhano, mirandês, galego, asturiano, basco ou catalão. Com o apoio do Ministério da Cultura, da Direcção-Geral das Artes e da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova este projecto, intitulado “Língua”, viaja entre o que há de mais comum e mais diferente na História da cultura ibérica explorando as fronteiras geográficas, culturais e conceptuais da tradição e da ancestralidade com a contemporaneidade ou a interculturalidade. Este trabalho esteve no primeiro lugar do TOP de vendas FNAC na área da Música Clássica/Música do Mundo/Jazz durante três meses tendo sido um dos discos mais vendidos em Portugal nesse ano. A primeira edição esgotou em quatro meses.
Na mesma Temporada, Noa Noa é convidado para uma parceria artística na instalação “A Manta” de Cristina Rodrigues, peça icónica do Museu Rural para o Século XXI/21st Century Rural Museum/Idanha-a-Velha resultado da parceria com o projecto Design for Desertification DfD, Câmara Municipal de Idanha-a-Nova (CMIN), Manchester Metropolitan University, MIRIAD e Oralities Project/UE. Esta exposição esteve patente na Sé Catedral de Idanha-a-Velha, MUDE- Museu do Design e da Moda (Lisboa), Mosteiro dos Jerónimos/Museu Nacional de Arqueologia (Lisboa), Machester Cathedral (Inglaterra) e no MAM/São Paulo (Brasil).
Em 2015 Noa Noa lança o segundo volume do projecto “Língua” – “Língua, vol.2” -, em 2016 o seu terceiro CD dedicado às canções sefarditas cantadas em ladino – “De la mar” – e em 2017 o seu quarto CD – “Palavricas d’amor”- , o segundo volume deste projecto.
Em 2022, Noa Noa é convidado para o programa oficial do Early Music Day, festival internacional sob a tutela da REMA – Réseau Européen de Musique Ancienne.
Desde a sua fundação Noa Noa apresenta-se, em Portugal, em diversos Festivais, Salas e Temporadas e convida para os seus projectos músicos de diferentes mundos como Ana Bacalhau (Deolinda), José Pedro Leitão, Miguel Calhaz, Artur Fernandes (Danças Ocultas), Cardo-Roxo, Adufeiras de Idanha-a-Nova, Joana Espadinha, João Hasselberg, etc… Em 2015 apresenta-se em digressão europeia na Flemish Opera (Ghent, Bélgica), Bozar (Bruxelas, Bélgica), DeSingel (Antuérpia, Bélgica) e Opéra de Lille (Lille, França) com o projecto original “Babel”, uma encomenda Centro Cultural de Belém/Fábrica das Artes em parceria com a Zonzo Compagnie (Bélgica). Em 2016 leva a sua música em digressão ao Japão (Hamamatsu) onde se apresenta no Main Hall do ACT CITY.
Em 2021 Noa Noa integra o projecto “If I rained an ocean” (Se chovesse um oceano) de Filipe Faria e Winnie Dias (Brasil), um projecto de video-dança, música, fotografia e performance filmado por estes realizadores na Alemanha (Berlin, Hamburg, Düsseldorf, Wuppertal), Suiça (Zürich) e Portugal (Idanha-a-Velha) com os bailarinos Futaba Ishizaki (Japão), Naomi Brito (Brasil), Rafaela Bosi (Brasil), Rafaelle Queiroz (Brasil), Fuyumi Hamashima (Japão), Isabella Heylmann (Austrália), Hayley Page (Austrália) e Borja Bermudez (Espanha). No mesmo ano, Noa Noa desenvolve o projecto “Da estrada e do tempo”, uma digressão de Norte a Sul de Portugal em 10 concertos, no eixo da icónica N2. O projecto culmina no livro de fotografia “Risco Branco Risco”, de Filipe Faria, e no documentário making-of da grande viagem de 15 dias.
Noa Noa é apoiado pelo Ministério da Cultura, pela Direcção-Geral das Artes e pelo Município de Idanha-a-Nova – UNESCO Creatove City of Music – e é representado pela produtora e editora Arte das Musas.